O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quarta-feira (23), da reunião de líderes do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, por videoconferência. Lula, que inicialmente iria ao evento presencialmente, cancelou a viagem após sofrer uma queda no Palácio da Alvorada, onde bateu a nuca e precisou levar cinco pontos no ferimento.
Durante sua fala, de pouco mais de sete minutos, Lula destacou a importância do Brics para o cenário global. Ele afirmou que o bloco é um “ator incontornável” na busca por atingir as metas do Acordo de Paris, especialmente no controle do aumento da temperatura global em até 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Lula também cobrou uma maior responsabilidade dos países desenvolvidos em relação à crise climática. “Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje”, declarou o presidente.
Ele enfatizou a necessidade de ir além dos 100 bilhões de dólares anuais prometidos e não cumpridos para enfrentar as mudanças climáticas, além de exigir o fortalecimento das medidas de monitoramento dos compromissos internacionais.
O presidente ressaltou a urgência do momento, apoiando-se em dados científicos. “Os dados da ciência exprimem um sentido de urgência sem precedentes. O planeta é um só, e seu futuro depende da ação coletiva”, afirmou.
Lula também lembrou que os países emergentes devem fazer sua parte e mencionou a relevância do Brasil no cenário global. Em 2025, o país sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), em Belém (PA), consolidando sua posição de liderança nos debates ambientais.
O encontro foi conduzido pelo presidente russo Vladimir Putin, que está no comando rotativo do Brics. A partir de 2025, o Brasil assumirá a liderança do bloco.