Em 11 de março de 2020, o mundo ouviu pela primeira vez a palavra “pandemia” associada à Covid-19. O anúncio, feito pelo então diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, marcou um ponto de virada na crise sanitária global.
Naquele momento, os números oficiais registravam menos de 4.300 mortes em todo o mundo. No entanto, a doença, detectada na China em dezembro de 2019, já havia levado a OMS a declarar, em 30 de janeiro, seu nível mais alto de alerta: a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
A decisão de classificar a Covid-19 como pandemia veio após semanas de incerteza e de uma resposta considerada insuficiente por parte de diversos governos. Durante a coletiva de imprensa realizada na sede da OMS, em Genebra, Tedros destacou a rápida disseminação do vírus e a necessidade de ações mais enérgicas.
— Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e gravidade, bem como com os níveis alarmantes de inação no mundo. Consideramos que a Covid-19 pode ser qualificada como uma pandemia — afirmou o chefe da OMS.
Para especialistas, o uso do termo “pandemia” foi um divisor de águas. Segundo o jornalista John Zarocostas, que há mais de 30 anos cobre organismos internacionais, a declaração foi um “eletrochoque” que acelerou a resposta de diversos países.
Cinco anos depois, a pandemia deixou milhões de mortos e transformou a sociedade em diferentes aspectos. Em março de 2020, porém, ainda não se previa o colapso de hospitais, os lockdowns ou os impactos econômicos que viriam nos meses seguintes.
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