
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada pela Polícia Federal na manhã deste sábado (22) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desencadeou forte repercussão entre aliados paraibanos do ex-chefe do Executivo. Parlamentares e lideranças políticas do estado criticaram a decisão e classificaram a ação como “arbitrária”, “inconstitucional” e de caráter “político”.
Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após ordem judicial relacionada ao inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado. Ele já cumpria prisão domiciliar desde agosto, por outro processo. A defesa afirma que a nova detenção é preventiva e contesta os fundamentos da decisão.
Na Paraíba, apoiadores do ex-presidente se manifestaram publicamente ao longo da manhã.
Sargento Neto: “Não vamos lhe abandonar”
O deputado estadual Sargento Neto (PL) gravou um vídeo classificando a prisão como mais uma “arbitrariedade” da Justiça.
“Estava achando pouco, ele já estava sendo preso politicamente em sua residência, e hoje pela manhã mais uma arbitrariedade. Mas tenha certeza, capitão: nós não vamos nos calar. Eles podem até calar um homem, mas jamais vão calar uma nação”, afirmou.
“Estamos aqui lutando pela sua liberdade. O senhor foi um homem que não matou, que não roubou o nosso país, e hoje é um preso político.”
Nilvan Ferreira questiona justificativa: “Foi por causa de uma vigília”
O comunicador e pré-canditado a deputado estadual, Nilvan Ferreira também criticou a prisão e afirmou ter “ficado perplexo” com o motivo apresentado na decisão.
“A explicação para Bolsonaro ser preso agora pela manhã foi uma vigília. Uma convocação que não foi feita por ele, mas por Flávio Bolsonaro, para orar perto do condomínio. Nas cautelares, não tem nada proibindo isso”, afirmou.
Nilvan comparou ainda o episódio ao caso do ex-presidente Lula, dizendo que o petista “ficou cercado por apoiadores no sindicato antes de se entregar” e que a Justiça “esperou a boa vontade dele”.
Cabo Gilberto diz que país vive “a pior ditadura”
Outro a reagir foi o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL), que acusou o Supremo Tribunal Federal de promover uma “ditadura do Judiciário”.
“Prender quem já estava preso é um escárnio, um desrespeito com a inteligência do povo brasileiro. Essa é a pior de todas as ditaduras: a do poder Judiciário, contra a qual não há a quem recorrer”, disse.
Ele ainda afirmou que decisões recentes da Corte “rasgam a Constituição” e classificou a prisão como “ilegal, inconstitucional e abusiva”.
“Força, presidente. Nós iremos vencer, porque a verdade está do nosso lado e Deus está à frente de tudo.”
Efraim Filho fala em “indignação e tristeza”
O senador Efraim Filho (União Brasil) adotou tom mais moderado, mas também criticou a decisão.
“A prisão de Bolsonaro causa indignação e tristeza a quem acredita na justiça como caminho e não como arma. Meu abraço solidário à sua família, que sofre enquanto tenta manter a serenidade em meio ao caos.”
