O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entrou em cena para defender dois parlamentares após a Polícia Federal (PF) indiciar os deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB) por calúnia e difamação contra o delegado Fábio Alvarez Shor. Lira procurou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, para expressar seu descontentamento com os indiciamentos, destacando que os parlamentares possuem imunidade para se expressar, principalmente na tribuna da Casa.
Os indiciamentos dos deputados ocorreram após eles criticarem publicamente o delegado Fábio Shor, responsável por investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras figuras da direita brasileira. Os discursos dos parlamentares atacaram diretamente o delegado, que atua em inquéritos de relevância política, o que gerou repercussão e levou à abertura do inquérito contra os deputados.
Na terça-feira (27/11), Lira conversou com Rodrigues e argumentou que a imunidade parlamentar deve ser garantida, especialmente para discursos realizados no exercício do mandato. Para o presidente da Câmara, o indiciamento dos deputados por suas falas na tribuna da Casa não é justificável, pois eles estão amparados pela Constituição em sua liberdade de expressão no âmbito legislativo.
Além de buscar uma resolução diretamente com a PF, Lira orientou os dois deputados indiciados, incluindo Cabo Gilberto Silva, a não depor no inquérito quando forem convocados pela polícia, conforme apuração da coluna Paulo Cappelli, do Metrópoles. Lira, que tem sido um defensor de Gilberto Silva, aliado político da direita, também deve se manifestar publicamente repudiando os indiciamentos, como parte de sua postura de apoio aos deputados.
O caso tem gerado forte repercussão, especialmente no Estado da Paraíba, onde Cabo Gilberto Silva tem uma base eleitoral sólida e desempenha um papel importante nas discussões sobre segurança pública e política nacional. A defesa de Lira é vista por muitos como uma estratégia para preservar a imunidade e o direito dos parlamentares de expressarem suas opiniões sem risco de represálias judiciais.
O delegado Fábio Shor, por sua vez, continua à frente de investigações que atingem figuras importantes da política nacional, e os indiciamentos dos deputados fazem parte de um clima de crescente tensão entre membros do Congresso e a Polícia Federal.