As restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reacenderam um debate antigo. O episódio envolve o tratamento dado ao também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2018.
Na época, Lula estava preso em Curitiba. Mesmo assim, teve autorização para conceder entrevistas. A permissão foi dada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Ele considerou que negar as entrevistas era um ato de censura prévia.
Os jornalistas Florestan Fernandes Júnior, do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, estavam entre os que tentaram entrevistar Lula. Lewandowski viu na proibição uma afronta à liberdade de expressão.
Mas a decisão não durou. O então vice-presidente do STF, Luiz Fux, derrubou a autorização. Ele afirmou que as falas de Lula poderiam interferir nas eleições de 2018.
Agora, com Bolsonaro proibido de usar redes sociais e de dar entrevistas, o episódio volta ao centro da discussão. Para críticos, há tratamento desigual. Lula, mesmo preso, conseguiu se comunicar com a imprensa. Já Bolsonaro, em liberdade, enfrenta medidas que limitam sua atuação pública.
Foto: Gibran Mendes / CUT Paraná

