Uma reportagem publicada recentemente pelo Jornal O Globo revela um aumento significativo no número de pesquisas eleitorais registradas na Paraíba em 2024, comparado com as eleições municipais de 2020. Até setembro de 2024, já foram registradas 265 pesquisas, mais que o dobro das 129 realizadas em 2020. Esse crescimento reflete uma tendência nacional, com o número de levantamentos eleitorais crescendo rapidamente em vários estados do Nordeste, incluindo Pernambuco, Piauí e Sergipe.
Esse aumento acentuado no número de pesquisas levanta preocupações sobre possíveis fraudes. A reportagem destaca que algumas empresas de pesquisa têm sido criadas com nomes semelhantes aos de institutos estabelecidos, o que pode confundir o público. Além disso, muitas pesquisas estão sendo registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com metodologias irregulares, e, em alguns casos, os próprios institutos estão se autofinanciando, o que aumenta as suspeitas sobre a integridade desses levantamentos.
A matéria também aponta que, em estados como Amapá e Roraima, o autofinanciamento de pesquisas chega a índices de mais de 80%. Além disso, em cidades como Bananeira, na Paraíba, pesquisas foram impugnadas por irregularidades, como a contratação de pesquisas sem o consentimento dos envolvidos. No Rio de Janeiro, a exclusão de faixas etárias e a entrevista de eleitores de cidades diferentes têm causado o cancelamento de diversos levantamentos.
Especialistas citados na reportagem observam que o aumento da escolarização e a descentralização econômica contribuíram para a interiorização das pesquisas eleitorais no Brasil, especialmente no Nordeste. No entanto, o fenômeno também traz desafios, pois o aumento da competitividade eleitoral e a demanda por pesquisas cria oportunidades para a disseminação de desinformação e resultados enganosos.
A reportagem conclui que o cenário das pesquisas eleitorais no Brasil, particularmente no Nordeste, exige maior fiscalização. Institutos estão sendo multados por distorcer resultados, e a Justiça tem derrubado pesquisas com irregularidades. Mesmo assim, o número crescente de levantamentos continua a ser uma preocupação, especialmente em estados menores como o Piauí, que já registrou 50% mais pesquisas do que em 2020.