O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pediu demissão do cargo nesta terça-feira (8), após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é da Folha de S.Paulo.
A denúncia envolve suspeitas de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados ao desvio de emendas parlamentares, quando Juscelino ainda exercia mandato como deputado federal. O caso é analisado pelo ministro Flávio Dino e tramita sob sigilo no STF. Caso a Corte aceite a acusação, Juscelino se tornará réu na ação penal.
A saída do ministro foi comunicada a aliados e membros do União Brasil, partido ao qual é filiado. A legenda possui a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados. A decisão também era esperada por integrantes do governo e lideranças do Congresso, que viam o afastamento como uma forma de facilitar ajustes na Esplanada dos Ministérios.
As suspeitas giram em torno da destinação de recursos públicos para obras de pavimentação em Vitorino Freire (MA), município administrado por Luanna Rezende, irmã do ministro. Segundo a Polícia Federal, empresas envolvidas seriam de fachada, e parte dos valores teria sido desviada. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta possível favorecimento de propriedades ligadas à família do ex-ministro.
Em nota, Juscelino afirmou ser inocente e criticou a atuação do Ministério Público. Segundo ele, a denúncia “não implica em culpa” e “não deve ser usada como instrumento de pressão pública”. O União Brasil também manifestou apoio ao ex-ministro, destacando sua atuação à frente da pasta.
Juscelino Filho foi indiciado pela Polícia Federal em junho de 2024 e vinha sendo investigado desde o período em que atuava na Câmara dos Deputados, com foco na destinação de emendas a contratos suspeitos com a Codevasf.
