O compromisso foi obtido pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) junto aos órgãos ambientais atuantes no Estado e no Município de João Pessoa. Estabelece-se que as fiscalizações em estabelecimentos comerciais serão intensificadas, com foco na autuação e embargo de locais poluidores. Além disso, os responsáveis por crimes ambientais serão submetidos aos procedimentos de flagrante, conforme solicitado pela promotora de Justiça, Cláudia Cabral, especializada na proteção do meio ambiente e do patrimônio social. Estas medidas visam à recuperação dos danos causados e ao combate das atividades poluidoras que têm afetado os rios e mares do litoral de João Pessoa.
Além da implementação dessa força-tarefa, a representante do MPPB demandou a formulação de um plano de ação completo, contendo um cronograma detalhado de atividades e suas respectivas etapas, com o objetivo de assegurar que as fiscalizações abranjam toda a extensão da orla da capital, bem como os cursos d’água, incluindo a execução de limpezas, a manutenção da infraestrutura de rede e a identificação de conexões clandestinas e irregulares. Adicionalmente, foi solicitada a elaboração de uma campanha educativa, a produção de relatórios de balneabilidade mais abrangentes, incluindo informações sobre o raio de poluição das áreas afetadas, com ampla divulgação para a sociedade. Além disso, foram requisitadas informações detalhadas sobre as ações realizadas efetivamente e os investimentos realizados nas redes pluviais e de esgotamento sanitário.
O Ministério Público do Estado convocou uma reunião com a presença da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Superintendência do Meio Ambiente (Sudema) e representantes da Prefeitura de João Pessoa para discutir ações referentes à reestruturação e adequação da rede coletora de águas pluviais na cidade. Isso decorre de uma determinação judicial em resposta a uma Ação Civil Pública de 2013, exigindo a limpeza, desobstrução e retirada de ligações clandestinas nessa rede. O Tribunal de Justiça está revisando o processo.
Diante de novas denúncias e relatórios sobre a poluição do litoral, uma nova investigação foi iniciada pelo Ministério Público (Inquérito Civil 002.2024.0274) para responsabilizar aqueles envolvidos em ligações clandestinas e irregularidades nos esgotos, que contaminam tanto o mar quanto as redes coletoras de águas pluviais. A promotora Cláudia Cabral expressou sua frustração com a falta de progresso na resolução do problema desde 2013 e criticou a falta de ação efetiva dos órgãos ambientais.
Segundo a Cagepa, os processos do projeto de universalização do esgoto sanitário de João Pessoa e Cabedelo dizendo que faltam apenas três trechos para a conclusão da obra da orla e garante que a orla possui e tem capacidade de captar esgoto. O representante do órgão reconheceu que há ligações clandestinas, mas disse que não há subdimensionamento da rede de esgoto nessa área e que em 20 ( vinte) meses todo o projeto será concluído.
A Sudema comunicou que recebeu novas denúncias de atividades poluentes atribuídas ao Bar do Cuscuz, após uma inspeção realizada na sexta-feira passada ter revelado um problema. Consequentemente, na quarta-feira (15), o estabelecimento foi objeto de embargo, e o gerente foi conduzido à Delegacia de Polícia. A Sudema esclareceu que o problema identificado na sexta-feira foi prontamente corrigido através do tamponamento da caixa, porém o problema detectado durante a inspeção subsequente não tinha uma solução imediata, necessitando, portanto, do embargo. Ademais, foi informado que na inspeção anterior, realizada na sexta-feira passada (10/05), não foi possível identificar essa outra irregularidade, somente sendo detectada durante a última fiscalização. A Sudema também afirmou que não houve negligência por parte de nenhum órgão ambiental e que o caso será encaminhado ao Ministério Público para investigação.