Há mais de 15 anos, cerca de 3 mil famílias indígenas aguardam demarcação de terras nos municípios de Rio Tinto e Marcação, na Paraíba. A luta para que ocorra a homologação do processo, que ainda tem esbarrado na burocracia e também em uma problemática social que diz respeito a povos não indígenas moradores da área que precisam ser relocados pelo poder público.
A cacique da Aldeia Monte-Mor, em Rio Tinto, Claudecir Braz – cacique Cal – tem liderado a luta pela homologação da demarcação das terras pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e garantiu, que ainda há um momento de frustração por tanto tempo de luta, mas que já há esperanças para que tudo se concretize.
Somente na Aldeia Monte Mor são 920 famílias indígenas esperando a homologação da demarcação das terras. Por outro lado, Cacique Cal informou que são 820 famílias não indígenas que vivem nas terras e precisam ser relocadas.
“A situação de Monte-Mor é a tranquila. Estamos a um passo para conseguir a homologação, mas há uma questão social de pessoas não indígenas que precisam ser relocadas. Em maio teremos uma reunião com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], governo estadual e governo federal para ver essa questão”, explicou.
Para Cacique Cal a demarcação é urgente, mas também é necessário ter responsabilidade. “É um processo que exige responsabilidade, por isso, temos que buscar parcerias”, falou.
Dia dos povos indígenas
Neste dia 19 de abril, quando se celebra o Dia dos Povos Indígenas, a Cacique Cal fala também sobre reflexão para a manutenção da cultura. “Nessa luta, peço proteção divina para nos dar força, esperança e sabedoria, para que a gente possa refletir sobre o que queremos e não desistir da nossa cultura, da nossa ancestralidade que nos mantém de pé”, enfatizou.
“Neste dia tão representativo, renovamos o nosso compromisso de luta e empenho por políticas públicas que alcancem o bem-estar dos nossos parentes”, concluiu.
Histórico de luta na Aldeia Monte-Mor
Há mais de 15 anos, os Potiguara aguardam a demarcação da última parte do território, desde que foi emitida a Portaria nº 2.135 do Ministério da Justiça, em 14 de dezembro de 2007, declarando a posse permanente dos indígenas sobre Monte-Mor.
Por ClickPB